Este poema é
absolutamente desnecessário
pela simples
razão de que poderia nunca ser escrito
e ninguém
sentiria a sua falta
Esta é a sua
liberdade negativa a sua vacuidade dinâmica
e o movimento da
sua abolição
a partir do seu
vazio inicial
Mas qual é a sua
matéria qual o seu horizonte?
Traçará ele uma
linha em torno da sua nulidade
e fechar-se-á como
uma concha de cabelos ou como um
[útero do nada?
Ou será a
possibilidade extrema de uma presença inesperada
que surgiria
quando chegasse a essa fronteira branca
que já não
separaria o ser do nada e no seu esplendor absoluto
revelaria a
integridade do ser antes de todas as imagens
a sua violência
inaugural a sua volúvel gestação?
António Ramos Rosa (Portugal)
Um comentário:
Ramos Rosa no seu esplendor.
Bom fim de semana.
Abraço.
Postar um comentário