A mão ia para as costas da madrugada.
As mulheres estendiam as janelas da
alegria
nos ouvidos onde não se apagavam as
alegrias.
Entre os dentes
do mar acendiam-se braços.
Os dias namoravam sob a barca do
espelho.
Havia uma chuva de barcos enquanto o
dia tossia.
E da chuva de barcos chegavam colchões,
camas, cadeiras, manadas de estradas
perdidas
onde cantavam soldados de capacetes
por pintar no coração da meia-noite.
Eram os barcos que guardavam as
muralhas
da noite que a mão ouvia nas costas
da madrugada
entre os dentes do mar.
João
Maimona (Angola)
Nenhum comentário:
Postar um comentário