Floriram por
engano as rosas bravas
No inverno: veio
o vento desfolhá-las...
Em que cismas,
meu bem? Porque me calas
As vozes com que
há pouco me enganavas?
Castelos doidos!
Tão cedo caístes!...
Onde vamos,
alheio o pensamento,
De mãos dadas?
Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos
meus, como vão tristes!
E sobre nós cai
nupcial a neve,
Surda, em
triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão,
na acrópole de gelos...
Em redor do teu
vulto é como um véu!
Quem as esparze
_quanta flor! _do céu,
Sobre nós dois,
sobre os nossos cabelos?
Camilo Pessanha (Portugal)
in 'Clepsidra'
2 comentários:
Sempre bom reler Camilo Pessanaha que é um poeta que eu muito aprecio.
Abraço.
Como voce mesmo disse, nunca é tarde para repor a justica...
Também gosto de Camilo Pessanha mas nunca o tinha postado...
Obrigado pelas visitas e comentários.
Namibiano
Postar um comentário