O SILÊNCIO
Quando a ternura
parece já do seu
ofício fatigada,
e o sono, a mais
incerta barca,
inda demora,
quando azuis
irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus
navegação segura,
é que eu te falo
das palavras
desamparadas e
desertas,
pelo silêncio
fascinadas.
Eugénio de Andrade
SILENCE
When tenderness
seems tired at last of its offices
and sleep, that most uncertain vessel,
still delays,
when blue bursts from
your eyes
and searches
mine for steady seamanship,
then it is I speak to you of words
desolate, derelict,
transfixed by silence.
Eugénio de Andrade
Translated by Alexis Levitin
Um comentário:
Eugénio de Andrade, um poeta imenso!
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