Onde ontem me torturavam
renascem as pálpebras demolidas
posso ver pedras que baralham pedras
posso ver a cor de todas as pálpebras
alçadas do escombro
ou como eram trémulas mãos
adejando outras pálpebras,
escombro de mim pedra numerosa
me levanto e reconstruo
o que a mão tem dentro de mim;
encho as pálpebras é porque choro
se choro refaço o sonho, é verdade.
Verdade acumulada de todos meus dias.
João Tala (Angola), nasceu em 1959, em Malanje, é médico.
É membro-fundador da Brigada Jovem de Literatura Alda Lara, de Huambo.
2 comentários:
Amigo Namibiano,
Belíssimo poema de um autor que desconhecia... e a que não pude ficar indiferente.
Tenho andado ausente mas voltarei para pôr a leitura em dia.
E quanta leitura!
Um abraço
Meg sao sempre bem vindas as suas visitas, mesmo as silenciosas. Ainda bem que gostou de Tala, sem dúvida um autor de gabarito e ainda tao pouco conhecido na Lusofonia.
Abracos
Postar um comentário