22 de março de 2014

UMA CANÇÃO DE PRIMAVERA


Nesta flor sem fruto que aspiramos
eu vejo coisas que ninguém descobre:
descubro o grão, o caule, os ramos,
e até o sulfato de cobre.

E ainda vejo o que ninguém mais vê:
vejo a flor a desenhar-se em fruto.
E quer ela o dê, quer não dê,
é esse o fim por que luto.


Antero Abreu (Angola)

Um comentário:

António Eduardo Lico disse...

Bela poesia.
Bom fim de semana.