24 de março de 2014

DEPOIS DAS ELEGIAS



Tela de Malangatana


depois das elegias o alcandorado grito
sobre o deserto chão do poema,
desinventário de européis no fulgor
em barrocas cornijas de caniço ao alto,
a chuva,
e o chão ele mesmo vertigem,
as estiradas praias de silêncio
no tapume como ínsulas do incerto mar
na cidade dos cedros, sonetos antigos,
negreiros tijolos de incisões
a desaguar


Luís Carlos Patraquim (Moçambique)

2 comentários:

António Eduardo Lico disse...

Bela poesia.
Boa semana.

Graça Pires disse...

Um excelente poema de Luís Carlos Patraquim. Obrigada pela partilha.
Beijo.