29 de maio de 2007

ILHA




Tu vives — mãe adormecida —
nua e esquecida,
seca,
fustigada pelos ventos,
ao som de músicas sem música
das águas que nos prendem…

Ilha:
teus montes e teus vales
não sentiram passar os tempos
e ficaram no mundo dos teus sonhos
— os sonhos dos teus filhos —
a clamar aos ventos que passam,
e às aves que voam, livres,
as tuas ânsias!

Ilha:
colina sem fim de terra vermelha
— terra dura —
rochas escarpadas tapando os horizontes,

mas aos quatro ventos prendendo as nossas ânsias!


- um poema de Amílcar Cabral - Praia, Cabo Verde, 1945 -

Um comentário:

Heloisa B.P disse...

*AMILCAR CABRAL*******!!!!!
E... O TEMPO DIZ AO TEMPO QUE NAO SE ESQUECA DE NOS_DELES_DELE_!!!!!!!
..............
MEMORIAS!!!!!
MEMORIAS EM TONS DE FOGO DA ILHA(S) QUE FLAMEJANTE EMERGE:_CABO VERDE_!!!!!
MEMORIAS QUE O TEMPO NAO REDUZ A CINZAS!!!!!!
OBRIGADA!
Heloisa
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