UM POEMA DO NOVO LIVRO DE ROMÉRIO ROMULO: "PER AUGUSTO & MACHINA"
1.
quando nasci
uns bêbados diziam de eu ser cavalo,
um porco do cerrado,
um cachorro do mato.
bebi todos os copos que me abriram,
resvalei nas puras tempestades,
interpretei o ranço do silêncio.
bastardo da vida, fiz sobrar meu rasos.
2.
os rios me interrogaram de águas,
rasgaram minha garganta de luzes.
quantos peixes nadaram minha cara de cão?
mesmo plantas, do mato todas, se disseram de mim.
sobrou – da memória- a solidão vazada.
(( do livro Per Augusto & Machina ))
Romério Rômulo (Brasil)
http://romerioromulo.wordpress.com/