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desenham-se tão perto de mim
que compreendo o desejo sem fantasmas.
Nos dedos principiam as marés
e neles se misturam o reflexo e a máscara
de regressos e errâncias por equacionar.
Os olhos não se fixam na geografia
visível das linhas. Os corpos deixam
de ser um cais. O mar estremece
nos ossos como um sismo.
O primeiro sinal de naufrágio
percebe-se na palma da mão
mesmo quando os barcos
passam ao largo do nosso desalento.
Rente à solidão.
Na trajectória do vazio
onde inventamos os sons.
Graça Pires (Portugal)
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