13 de maio de 2014

FESTA (Alejandra Pizarnik)



tinha estendido minha orfandade
sobre a mesa, como um mapa.
Desenhei o itinerário
até meu lugar ao vento.
Os que chegam não me encontram.
Os que espero não existem.

E tinha bebido licores furiosos
para transmutar os rostos

num anjo, em copos vazios. 


Alejandra Pizarnik (Argentina) 1936 - 1972

Um comentário:

Graça Pires disse...

Maravilhoso poema de Alejandra Pizarnik que é para mim uma poeta de culto.
Beijo.