25 de agosto de 2008

LAVADEIRA

Banco raso
Celha cheia

Mãos pretas em roupa branca


Silenciosa a lavadeira

Pende a frente num trama longo.

Carrega um mundo o fumo denso

Da boca muda baforado.


Ao lado

As moscas enxameiam a boquita entreaberta

Do seu filho adormecido



Arnaldo Santos (poeta angolano)

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