JOSÉ DA SILVA MAIA FERREIRA (Benguela, Angola, séc.XIX - Angola, séc.XX). Tendo estudado na cidade de Lisboa, possívelmente obteve instrução superior à primária. Amanuense da Secretaria do Governo Geral de Angola, tesoureiro da alfândega de Benguela, oficial da Secretaria do Governo de Benguela. Candidato às eleições para senadores e deputados, realizadas em 1839. Colaboração no Almanach de Lembranças, Lisboa, 1879.
Publicou, pelo menos: Espontaneidades da minha alma / As senhoras africanas, Luanda, 1849.
BENGUELINHA !
Passarinho primoroso
E gentil, plumeo cantor,
Que d'aromas tão fragrantes
Não esparzes com candor,
Quando trinas mavioso
Nesse insolito rigor
De um sol forte e constante
Suaves cantos d'amor?!
Ás vezes contemplo
Do dia no albor,
Sentir o rigor
De escravo viver;
Suspiras e gemes
Em cantos d'amor,
Ah! sê meu primor
Não queiras morrer!
Anhélas no mato
Andar pelas fragas,
Viver só de bagas,
Nos ramos dormir?
Esvoaça saltando
Na tua prisão
Ai! Tem compaixão
Não vive a carpir!
Infiltra bondoso
No meu coração
O doce condão -
Do meigo trinar;
Que juro contigo
Do muito viver
Comtigo morrer,
Comtigo findar!
E as azas abrindo
O plumeo cantor,
As juras d'amor,
Ouvio a sorrir -
Em magos acentos
Endeixas trinou,
Que d'alma exalou,
Que d'alma sentiu! -
À MINHA TERRA !
(No momento de avista-la depois de uma viagem.)
Jose da Silva Maia Ferreira (Angola)
Publicou, pelo menos: Espontaneidades da minha alma / As senhoras africanas, Luanda, 1849.
BENGUELINHA !
Passarinho primoroso
E gentil, plumeo cantor,
Que d'aromas tão fragrantes
Não esparzes com candor,
Quando trinas mavioso
Nesse insolito rigor
De um sol forte e constante
Suaves cantos d'amor?!
Ás vezes contemplo
Do dia no albor,
Sentir o rigor
De escravo viver;
Suspiras e gemes
Em cantos d'amor,
Ah! sê meu primor
Não queiras morrer!
Anhélas no mato
Andar pelas fragas,
Viver só de bagas,
Nos ramos dormir?
Esvoaça saltando
Na tua prisão
Ai! Tem compaixão
Não vive a carpir!
Infiltra bondoso
No meu coração
O doce condão -
Do meigo trinar;
Que juro contigo
Do muito viver
Comtigo morrer,
Comtigo findar!
E as azas abrindo
O plumeo cantor,
As juras d'amor,
Ouvio a sorrir -
Em magos acentos
Endeixas trinou,
Que d'alma exalou,
Que d'alma sentiu! -
À MINHA TERRA !
(No momento de avista-la depois de uma viagem.)
Jose da Silva Maia Ferreira (Angola)
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