7 de maio de 2013

Não sou de cor, sou negra


Cecile Kyenge, uma oftalmologista e cidadã italiana originária da República Democrática do Congo (RDC), foi nomeada ministra da Integração por Enrico Letta Foto: AP

“Não sou de cor, sou negra”


Cecile Kyenge
A nova ministra da integração italiana foi obrigada esta sexta-feira a organizar uma conferência de imprensa para denunciar os insultos racistas contra ela.
Cecile Kyenge, de origem congolesa, é a primeira mulher africana a ocupar um cargo no governo do país.
Na origem dos insultos está a extrema-direita e, em particular, o projeto da ministra de conceder a nacionalidade italiana aos filhos de imigrantes nascidos no país.
“Eu não sou de cor, sou negra, e é importante dizê-lo em público e com muita honra. Temos que derrubar estes muros. O ceticismo e a discriminação só aumentam quando os cidadãos se recusam a conhecer o ‘outro’. A imigração é uma riqueza e as diferenças são um recurso importante para este país”, afirmou Kyenge.
Desde a sua tomada de posse que a nova ministra é alvo de insultos.
Um eurodeputado italiano do partido Liga Norte referiu-se ao novo executivo, como um governo “bonga bonga” (alusão às festas “bunga bunga” organizadas pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi).
Nos sítios internet da extrema-direita multiplicam-se os apelidos racistas da ministra, como “zulu” ou “a negra anti-italiana”.
Afirmações que, para Kyenge são, antes mais, “reveladoras de uma profunda ignorância”.
Retirado de pt.euronews.com 


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