29 de abril de 2009

PER AUGUSTO & MACHINA


Esta postagem foi retirada na íntegra do blogue da minha amiga Meg, com sua devida permissao e que podeis visitar neste endereco: http://recalcitrantemor.blogspot.com/ um blogue que vale a pena visitar!!!












Hoje, trago-vos, em antecipação, quatro poemas do amigo e grande poeta,
Romério Rómulo, que constam do livro "Per Augusto & Machina",
a chegar muito em breve às nossas mãos, pela editora Altana
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de quantas nuvens se faz uma loucura?é construída a mão que bate o prego?as estações do corpo só revelamo hábito eloqüente do delírio.que nos corroa a pedra, o visgo loucoda agonia!desmonte do tamanho, o extirpado dente,gengiva em sangue são a mesma facedo hábito terrível de ser homem.quanta eloqüência travada no meu olho!.(uma bravura regenera a noite).
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a vaga decisão de ser meu corpo
o elo de teu ventre com a terra.
devo extirpar o gesto adquirido
num, por somenos, ato reticente
de ver distância de mim ser teu intent
eu tenho que arrancar da tua nuca
quando as valas mostrarem nosso rumo
quando as formigas resvalarem atos
de um só ser em nós se validar
vou te mostrar a minha mão candente
meu corpo todo ele enluarado
e o meu dente podre de manhã.
há de sobrar de nós-o quê? –só torpes
rasgos de vento no olho do tufão.
a pura pedra me diz:
quando fui homem?
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(arrancar da tua nuca)
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..meu corpo traz uma equação de nuvem.
pobres resgatados, desmorados, osso e braço
rezam no ar de penitência suas águas.
proprietários do sobrado, pouco lhes resta.
de tempo, arreganham dentes de uma fome sólida.
ralos de feijão, seus corpos sabem o horizonte da terra.
escaldados, cândidos, um sopro.
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(cândidos, um sopro)
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o meu pecado é válido, se podre
arranca luzes da cidade alta.
qualquer amante a noite se refaz
deixando a güela ressarcir desejos.
quando mães, estacas, se filiam
às quadras do delírio permanente?
se, à noite, piso infernos e bordéis
é que um destino vago me repisa.
somos filhotes desta dor e medo.
somos filiados à mazela rústica.
quanto de podridão varreu-me sempre
se só o acaso dedilha meus olhares?
sou vil filhote desta dor e medo.
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(todo sertão é um caldo de tortura)
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Romério Rómulo
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.«««o»»»
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.ROMÉRIO RÓMULO...no Café Literário
"O Novidades & Velharias, reintroduzindo o quadro de entrevistas intitulado “café literário[1]”, contará com a presença do poeta mineiro Romério Rômulo para debater questões relacionadas aos seus horizontes de criação, preferências e concepções literárias e alguns elementos perceptíveis em seu novo livro de poesia, intitulado Per Augusto e Machina. (...)"Hercília Fernandes
«««o»»»
A propósito da entrevista acima anunciada, Romério Rómulo, deixou-me um convite que é dirigido também a todos os amigos do Recalcitrante, e que passo a transcrever...
meg :
uma notícia.
a professora hercília fernandes,da universidade federal do rio grande do norte,brasil
(ela é conterrânea do moacy cirne),fez uma longa entrevista comigo,e disponibilizou
no
http://novidadesevelharias-fernandeshercilia.blogspot.com/
deixo o meu convite à leitura da matéria a todos os amigos do blog
um beijo.
romério .
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«««o»»»
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Já li a extensa entrevista e confesso que me surpreendeu... fiquei a conhecer muito melhor o Homem e o Poeta ...o seu trabalho, a sua obra e o novo livro de poesia.
Recomendo-a vivamente... a todos.
Bem haja, Hercília Fernandes!
Obrigada, Romério!

22 de abril de 2009

BIBLIOTECA DIGITAL DA UNESCO




A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lançou esta terça-feira a Biblioteca Digital Mundial, que permitirá consultar gratuitamente pela Internet o acervo de grandes bibliotecas e instituições culturais de inúmeros países.

21 de abril de 2009

12 de abril de 2009

ACERVO DIGITAL DA REVISTA VEJA - ABRIL EDITORA






Para vocês o link de acesso a todas as revistas VEJA, editadas pela Abril (Brasil) nos últimos 40 anos.
Da capa à contra-capa, incluindo todas as páginas.
Um trabalho admirável pela qualidade, fidelidade e tecnologia aplicada.
Todas as edições de VEJA poderão ser consultadas na íntegra na web, um acervo de 40 anos de existência na internet.
Todas as edições poderão ser consultadas na íntegra em formato digital no endereço:

http://veja.abril.com.br/acervodigital

BOLINGO - Abel Duere Benguela Angola



Seu timbre de voz inconfundível mistura a magia, o encanto e a força da mãe África.Show ao vivo gravado em Setembro de 2007.

7 de abril de 2009

GLOBALIZAÇÃO





Do consenso saiu a máxima:
“É preciso globalizar os mercados”.
Daí em diante disseram mais:
“Derrubem tudo...
Todas as barreiras derrubem. Façam cair todos os muros.
Não poderá haver limites para o capital.
Os lucros são mais importantes que homens”.

E assim deu-se a Globalização!
Criou-se para toda nação
um deus-mercado...

Mito sagrado da dominação
Aos poucos foi espalhando pelo mundo
O credo da igreja de Washington
Pecado agora é desobedecer o mercado
Portanto juntem-se todos numa só oração:
Louvai o deus-mercado
Somente ele é capaz de livrar da escravidão...


Quanta enganação deste mandamento!

O miserável povo
No enredo de miseráveis procissões
Vai transferindo dos infernos
Da pobreza...
E da fome
Para os céus das grandes nações
Almas escapeladas
Ungidas pelo fogo dos senhores donos do mundo
Num ritual macabro de miseráveis crucificações...
E nada pode aplacar a fúria do deus-mercado
Que cobra cada vintém
Mesmo daquele que nada mais tem
Para comprar o pão nosso de cada dia
Que alimentaria
O filho seu...

Ó sina das sinas!

Até quando este povo deserdado
Há-de suportar quanta e tanta subjugação?
Até quando!?

Há uma profecia que nasce do espírito das nações vencidas:
“Para vencer a necessidade existe apenas a necessidade de vencê-la”
Este terço precisa ser dobrado no coração de cada fiel
Somente assim
Sob o manto dessa contrição ao Deus puro
Comum e solidário
Todo o povo alcançará o céu
© De João Batista do Lago (Brasil)

3 de abril de 2009

UM POEMA DE LUÍS QUINTAIS

I

O estrépito que o passado faz.

As palavras gritadas.

A terrível máquina de dizer

e calar.

Tudo gira no nada

e no nada se compraz.

Uma fúria ergue-se

no plasma.

Uma cidade é destruída.

Escuta os muros

que se abatem.

Desenha árvores,

o rápido deslizar de nuvens,

o desenho que a mão faz

quando teme agarrar o sentido,

e o sentido é escuro, escuro.

II

O dia acaba, e com ele

a incerta medida dos teus erros.

Uma lâmina de vento

inicia-se no escuro.

A noite apaga o teu zelo.

O vestígio do ontem

cruza o sítio da memória,

somente atenuado

por outras presenças.

III

O rio escurecia

e depois aclarava e depois escurecia.

As árvores gravitavam nas margens

da tua memória,

faziam correr estilos de morte e promessa.

As personagens do inscrevível

seriam afinal mais monstruosas

do que se suspeitara,

e os insectos emudeciam

enquanto o outono regurgitava as suas vítimas.

E tu, tu? E tu fazias abolir

o sentido para fazer eclodir de novo

o novo sentido. E tu procuravas entre despojos

um aro de bicicleta partido,

um casaco com bolsos que dessem para o improvável,

um qualquer outro achado preso à cega geometria

e à circunstância do procurar.

IV

Atravessas a ponte, lês o jornal, alheias-te

do rio, mas o rio sitia-te

com a sua música de eleição,

a que julgaste escutar,

apesar dos sinais de morte

te encadearem

com a sua luz extrema.

Terás tu ainda a certeza do começo

movendo-se no écran

do primitivo medo

de que não há limite,

fuga, consolo.

V

Animal afeiçoado à metamorfose e à fuga,

o rio muda de cor

e tu anotas o denso espelho

e imaginas a métrica

que o levará à foz.

O rio é o teu deserto

e a palavra

apenas palavra

com que o descreves

a tenda onde o provisório

vem habitar.

Luís Quintais nasceu em 1968 em Angola, Luena (exLuso). Antropólogo, poeta e ensaísta, lecciona no Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra. Como antropólogo tem publicado ensaios em diversas revistas da especialidade sobre as implicações sociais e culturais do conhecimento biomédico, em particular sobre a psiquiatria e seus contextos. Como poeta, publicou A Imprecisa Melancolia (1995), Lamento (1999), Umbria (1999), Verso Antigo (2001), Angst (2002), Duelo (2004), obra a que foram atribuídos o Prémio Pen Clube de Poesia e o Prémio Luís Miguel Nava – Poesia 2005 e Canto Onde(2006).

1 de abril de 2009

COMO ARREFECER O PLANETA

Nos últimos tempos tem-se assistido ao debate em torno do planeta Terra, da sua sustentabilidade e preservação num futuro próximo. Muitos são os alertas de cientistas, biólogos, físicos, químicos, políticos e defensores de uma causa que a todos deverá preocupar, afinal estamos a falar do futuro das gerações vindouras. A constante emissão de dióxido de carbono que retém o calor na atmosfera e aquece o planeta está a provocar danos irreparáveis, havendo até quem fale no fim do planeta Terra, tornando-se este inabitável para a vida humana. Não sendo tão alarmista, mas chamando a atenção para o problema João Lin Yun faz uma análise ao equilíbrio da Terra e à sua relação com o sol em termos energéticos, aborda o efeito de estufa, o papel regulador dos oceanos e aponta soluções como reduzir as emissões sem parar a economia, reflorestar, o recurso a novas fontes de energia e sugestões para arrefecer o planeta. O autor termina com os riscos que Portugal já está a sofrer e como irá sair afectado com o aquecimento e conclui com um capítulo onde incentiva a reflexão e mudança de postura de cada um de nós. Uma obra vital e incontornável para o bem-estar e continuidade de todas as espécies.


Edição/reimpressão: 2008
Páginas: 140
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722339551
Preço c/iva: €12,50




Curriculum do autor:
João Lin Yun é licenciado em Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e doutorado em Astronomia e Física pela Universidade de Boston. É Professor Associado no Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, dividindo a sua actividade entre o ensino e a investigação, na área da Astronomia e Astrofísica. Publica regularmente, em revistas internacionais, artigos científicos com os resultados da sua investigação.