28 de maio de 2012

ARETHA FRANKLIN

Hoje, ninguém canta assim, com Alma e, sobretudo com VOZ. Aliás nao é preciso voz, a tecnologia arranja-te  uma boa, para teres sucesso no mundo musical, basta que tenhas "good lookings", um palminho de boa cara, vende discos que só visto... Como este Mundo mudou...





22 de maio de 2012

QUEDAS DE KALANDULA - ANGOLA

As Quedas de Kalandula, localizam-se na província de Malanje no rio Lucala, afluente do Kwanza. Distam cerca de 80 Km da cidade de Malanje, capital da província e 450 de Luanda. São belas e imponentes, as maiores de Angola e a segunda maior de África. As águas do Lucala, despenham-se num líquido algodão, de uma altura de 105 metros por 410 metros de largura. As Cataratas de Vitória, no rio Zambeze, (Mosi-Oa-Tunya, nome na língua local e que sigifica o fumo/bruma que troveja) têm só mais 3 metros de altura mas ganham em largura, têm quase 2 km.

Em Angola, no rio Lucala, a Kalandula, também é um fumo que troveja... na cor macia do algodão. 




Quedas de Kalandula, no rio Lucala, aluente do Kwanza, Província de Malanje, Angola.


KALANDULA


Fruto de Menha
– a Água –
beijo do ventre
doce de Ombera  
– a Chuva  –
verbo e trovão,
sonho de Nzambi
na cor macia
do algodão
Lucala a morrer
no fumo
Lucala a renascer
espuma
no prumo de água
a despejar
a crescer
sonho de Nzambi
rendas e plumas
feitiço de Kianda
preso no céu
choro d'Ombera
caindo líquida
no desprender
no ralhar
clamor do coração
caindo asa ndele
macio molhado
algodão
feito mesmo
só fumo da mutopa
de Ngana Zambi
água a batucar
rugido Lucala
rio nos lábios sagrados
a beijar
a prender
umbigo de Deus
Menha – a Água –
corpo sagrado d'Ombera
ligando céu e terra
no sangue algodão
Kalandula sagrada
a despejar
a trovejar
o mistério sagrado
dos heróis ancestrais
a velar
a guardar
a terra vermelha
no despejar
despreguiçoso
Kalandula-Menha
– a Água sagrada –
alma de Nzambi
a crescer força
no corpo verde
sangue incolor
alma de Kwanza,
rosto de Nação
veia a crescer
Mátria
Frátria
nos caminhos
Menha – a Água –
algodão macio
bandeira da paz
fumo da mutopa
de SukuNzambi
kandandu forte
a desconseguir
a guerra
a conseguir
a terra
só no crescer
Kalandula-mar
Cabinda-Kunene.


–Ewá! Ewá!
Kikale ngó!


Namibiano Ferreira

ALENTEJANOS DE PELE ESCURA

Este artigo foi retirado do blog A Matéria do Tempo http://amateriadotempo.blogspot.co.uk/2012/04/alentejanos-de-pele-escura.html com a devida permissao do seu autor (do blog e do texto). Devido a excelente qualidade do blog, aconselho todos, a visitá-lo.
No final do texto o autor diz: Vendo bem as coisas, qual é afinal o português que poderá garantir, com absoluta certeza, que não tem antepassados negros? 
Segundo os conhecimentos científicos actuais, a Genética afirma que toda a Humanidade, portanto todo o Homo sapiens sapiens descende e provém de África. Somos todos africanos na profundeza cromossomática dos nossos génes, ahahahah rio-me dos racistas!!!!





Assinalada no mapa, a região da Ribeira do Sado (clicar na imagem para ampliar)

Ribeira do Sado,
Ó Sado, Sadeta.
Meus olhos não viram
Tanta gente preta.

Quem quiser ver moças
Da cor do carvão
Vá dar um passeio
Até São Romão.


(do cancioneiro popular de Alcácer do Sal)

Ribeira do Sado é o nome de uma região que se estende ao longo do vale do Rio Sado, no sul de Portugal, a partir de Alcácer do Sal e para montante, não longe de Grândola, a Vila Morena. São Romão do Sado é uma das aldeias existentes na referida região.

Quem agora for passear pela Ribeira do Sado, já não verá gente completamente preta diante dos seus olhos, nem na aldeia de São Romão encontrará moças da cor do carvão propriamente dita. A mestiçagem já se consumou por completo. Mas são por demais evidentes os traços fisionómicos observáveis em muitos dos habitantes da região, assim como a cor mais escura da sua pele, que nos remetem imediatamente para a África a Sul do Sahara.

Nem sequer é preciso percorrer a Ribeira do Sado. Se nos limitarmos a dar uma ou duas voltas pelas ruas de Alcácer do Sal, por certo nos cruzaremos com uma ou mais pessoas que apresentam as características físicas referidas. São os chamadosmulatos de Alcácer, por vezes designados também carapinhas do Sado.

O seu aspeto é semelhante ao de muitos cabo-verdianos, mas não possuem quaisquer laços com as ilhas crioulas. São portugueses, filhos de portugueses, netos de portugueses, bisnetos de portugueses e assim sucessivamente. Quando falam, fazem-no com a característica pronúncia local. São alentejanos.

É frequente atribuir-se ao Marquês de Pombal a iniciativa de promover a fixação de populações negras no vale do Rio Sado. Mas não é verdade. Existem registos paroquiais e do Santo Ofício que referem a existência de uma elevada percentagem de negros e de mestiços em épocas muito anteriores a Pombal. Segundo tais registos, já no séc. XVI havia pessoas de cor negra vivendo nas terras de Alcácer.

No troço chamado Ribeira do Sado, o vale do Rio Sado é bastante alagadiço e nele se cultiva arroz. Até há menos de cem anos, havia muitos casos de paludismo neste troço. A mortalidade causada pelas febres palustres fazia com que as pessoas evitassem fixar-se na região. Além disso, no séc. XVI, muitos portugueses embarcaram nas naus que demandaram outras terras e outras riquezas, o que agravou ainda mais o défice demográfico. Terá sido esta a razão por que, naquela época, os proprietários das férteis terras banhadas pelo Sado terão resolvido povoá-las com negros, comprados nos mercados de escravos. Os mulatos do Sado dos nossos dias são, portanto, descendentes desses antigos escravos negros.

A comprovar a antiguidade do povoamento negro no vale do Sado está o facto de que os atuais mulatos não possuem quaisquer manifestações culturais distintas das dos seus outros conterrâneos, sejam essas manifestações de raiz africana ou outra. Com a passagem dos anos e dos séculos, os costumes, as crenças e as tradições dos antigos escravos negros dissolveram-se por completo na cultura local de raiz europeia e mourisca, integrando-se nela. Também do ponto de vista cultural, portanto, os mulatos de Alcácer são alentejanos legítimos, tão legítimos como os restantes.

Há uma outra região em Portugal onde ocorreu uma fixação de populações negras em número significativo. É o vale do Rio Sorraia, onde fica a vila de Coruche, já em terras do Ribatejo. Tal como no vale do Rio Sado, também no vale do Sorraia havia muito paludismo. As razões para se ter feito com negros o povoamento desta outra região terão sido, por isso, as mesmas. Mas, ao contrário do que acontece em Alcácer do Sal, dificilmente vislumbraremos traços africanos entre os atuais habitantes de Coruche. Os genes "negros" estão presentes em muitos coruchenses, mas não são facilmente observáveis à vista desarmada.

Tal como no vale do Sado, também no vale do Rio Sorraia se cultiva muito arroz. Por isso, quando comermos arroz português, estaremos a comer arroz que pode muito bem ter sido cultivado por honrados compatriotas nossos que são descendentes de negros.

Vendo bem as coisas, qual é afinal o português que poderá garantir, com absoluta certeza, que não tem antepassados negros?

Fernando Ribeiro (Portugal)


19 de maio de 2012

NOAH STEWART - HALLELUJAH

 Site oficial de Noah Stewart   http://www.noahofficial.com/

CD de Noah Stewart número 1 no top britanico de música clássica.