Alberto Teta Lando faleceu ontem (14/07/08) em Paris vítima de doença oncologica. Natural de M'Banza Congo, onde nasceu em 1948 é oriundo de família numerosa, com 32 filhos. Escreveu a sua primeira música em 1964 e dois anos depois com a publicação do primeiro LP passou a integrar o grupo restrito dos melhores músicos angolanos. Exilado em Paris entre 1978 e 1989, por ser confesso seguidor de Holden Roberto, regressa para integrar o Festival Nacional da Cultura (Fenacult), em Luanda. Ao longo da sua vasta carreira de 44 anos obteve êxitos inesquecíveis como "Negra de carapinha dura", "Eu vou voltar" ou "Um assobio meu". O seu último trabalho "Memórias" é uma coletânea das músicas escritas ao longo da sua carreira. Ocupou desde 2006 o cargo de presidente da UNAC (União Nacional dos Artistas e Compositores). Era casado e pai de três filhos. Honra á sua memória e á sua obra.
Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra _ mistério profundo _ de tirá-la um dia? Fosse eu o Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará para sempre junto de seu filho e ele, velho, embora, será pequenino feito grão de milho.
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços, E nunca vou por ali... A minha glória é esta: Criar desumanidades! Não acompanhar ninguém. — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Com que rasguei o ventre à minha mãe Não, não vou por aí! Só vou por onde Me levam meus próprios passos... Se ao que busco saber nenhum de vós responde Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos, Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A ir por aí... Se vim ao mundo, foi Só para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Para eu derrubar os meus obstáculos?... Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, E vós amais o que é fácil! Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tetos, E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Eu tenho a minha Loucura ! Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém! Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, Ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui"! A minha vida é um vendaval que se soltou, É uma onda que se alevantou, É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou Sei que não vou por aí!
The Miss Landmine Angola 2008 competition was created by a Norwegian artist called Morten Traavik -- it's been controversial, but has some laudable objectives:
THE MISS LANDMINE MANIFESTO (in no particular order)
* Female pride and empowerment. * Disabled pride and empowerment. * Global and local landmine awareness and information. * Challenge inferiority and/or guilt complexes that hinder creativity- historical, cultural, social, personal, African, European. * Question established concepts of physical perfection. * Challenge old and ingrown concepts of cultural cooperation. * Celebrate true beauty. * Replace the passive term 'Victim' with the active term 'Survivor'
Lá em baixo na margem do Cubango p’rós lados do Cuangar Carungo João foi na lavra. Filho na cacunda quinda na cabeça foi na lavra Carungo João no Cuando-Cubango p’rós lados do Cuangar Carungo João foi na lavra procurar mandioca filho na cacunda quinda na cabeça que fome é bicho roendo, mordendo... foi na lavra Carungo João só encontrou mina debaixo do pé as pernas perdeu e o filho morreu pequeno, pequenino na cacunda de Carungo João Aiuê, Suku ianguê!
Cacunda - costas. Aiue, Suku iangue! - ai meu Deus!